Poesia Cega
olhem para as noites
como eu cego me deito
e em vão ser ver me ajeito
na solidão eterna de um nada
mas isso não me cala
nem tira palavras soltas
aliás nem estavam em minha boca
se não viveram nos meus olhos
fugaz assim, busco em sonhos
em verdades mortas ou mentiras vivas
inverdades lacivas e tortas
raciocinio puro e transloucos
mas vivo assim se me perguntassem
em voz rouca ou pensamentos altos
vejo de tudo o tudo que vejo
e quando não vejo os meus olhos sonham