Anjinho
Anjinho
Álvares de Azevedo
And from her fresh and unpolluted flesh may violets spring!
E da sua fresca e imaculada carne possam brotar violetas!
Hamlet
Não chorem! que não morreu!
Era um anjinho do céu
Que um outro anjinho chamou!
Era uma luz peregrina
Era uma estrela divina
Que ao firmamento voou! (...)
Esta estrofe pertence ao poema intitulado de Anjinho, de Álvares de Azevedo.
Para termos uma melhor compreensão desse poema é preciso um estudo mais profundo. Por isso, se faz necessário voltar ao tempo e apresentar a vida do poeta. Com isso, saberemos o motivo o qual levou Azevedo a escrevê-lo.
Uma vez que buscamos dados biográficos do autor percebemos que este "anjinho" não se trata da crença ou não do poeta e sim da perda do irmão. Logo na epígrafe do poema ele busca inspiração em Shakespeare, Hamlet, Ato V, Cena I: And from her fresh and unpolluted flesh may violets spring!
Anjinho foi o poema feito em memória a Inacinho, Inácio Manuel, irmão do poeta que morreu quando Álvares de Azevedo tinha pouco menos de quatro anos de idade. Inácio Manuel tinha apenas dois anos quando morreu e a sua morte causou profunda impressão em Maneco. Ao ver o irmão preparado para o enterro, quis saber a razão de tudo aquilo e deram-lhe explicações comuns: a criança morta era um anjo e subiria ao céu para brincar com os Querubins. Azevedo, exaltado, queria que o vestissem também como anjo e lhe cobrissem de flores para que fosse brincar com o irmão. Este foi o primeiro contato do poeta com a morte e a partir desse episódio começaram a aparecer-lhe os fenômenos de uma febre das mais graves, que depois se declarou com toda a violência, marcando o futuro poeta para toda a vida.
REFERÊNCIAS
MAGALHÃES JÚNIOR, Raimundo. "Poesia e vida de Álvares de Azevedo". São Paulo: Editora das Américas, 1962.