UMA ESTRANHA MANEIRA DE MORRER

Hoje eu resolvi sentar aqui

e vomitar a minha alma.

Não, não se aflijam nem corram, calma!

Quero sentir-me vazada sem os opobrios de torturas.

Quero sobre maneira expurgar de mim a criatura

E deixar o vazio inundar o meu corpo

Para me sentir como se sente um morto.

Agora sim, estou repleta do nada;

Oca internamente, extirpada.

Minha alma morreu assassinada por mim

e eu continuo pensando, embora

nada mais exista nesse meu imaculado fim.

Pobre de minha alma que ainda se debate

Em meio a líquidos viscosos, empíricos..

Ela grita de longe e comanda meus lúgrubes suspiros;

Quero expulsá-la dos meus domínios

Para que não interfira em meus caminhos,

Nunca mais! Agora serei só eu e meu invólucro.

Deixo-a alí, sanguinolenta e vomitada

E me vou com lenta e automatica passada.

Deitarei na tumba a mim destinada

E chorarei com pena de minha pena,

Pela alma justa que me foi tão pequena.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 05/12/2006
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