O silêncio das flores.
Silêncio.
Tudo está em silêncio.
Aqui e ali.
Silêncio absoluto.
Silêncio lá fora.
Silêncio dentro de mim.
Até as flores estão em silêncio.
Falar para que e por quê?
Se a desilusão levou quase tudo de bom que há em mim?
Pois, que falar nada tenho, diante de toda ilusão que perdi.
Agora minha voz se cala num silêncio triste de pedra.
E nem mesmo as flores falam: permanecem em silêncio, pois que diante da desilusão nada mais fala.
Quando eu tinha ilusão conversava com as flores e elas respondiam.
Sim, elas me respondiam.
Eu falava com as flores, com os pássaros e até com o sol.
Mas, a desilusão me roubou o dom fantástico de ouvir além do que meus ouvidos podem escutar.
E a desilusão roubou minha fantasia e me tirou minha alegria.
E agora eu vivo em grande agonia e passo dias e noites presenciando apenas o doloroso silêncio.
O silêncio lá fora.
O silêncio aqui dentro.
Silêncio da alma.
Silêncio das flores.
Silêncio sem vida, sem cor e sem flores.