O BUFO

Jazem os al-khuarismi

No catálogo da usina,

Operários escravos da moda

Bípedes da manufactura

No seu cativeiro de artífices.

Andam, falam bip, bip…

Assobiam bips…

Pensam no modo bip.

Vegeta o pobre

Encéfalo normal, robô?

Ao que chama a si próprio:

“Mec”.

E a tudo diz –

Bip! Bip!

Na ponta dos outros

Cinco dedos cintilam

Cinco dedos num só

Cinco dedos Dédalo!

Arcabuzo olhar de Inca.

Ínfimo somos todos nós

Alvos, testas de ferro,

Rostos de mentecaptos

Mentes de cerebropatia…

Cebrastenia de quem?

Se amando Delta se vão dédalos.

Falam mão no ombro

Medrados testículos doutrem

Rondam o buraco escurril

Esticam o polegar

Apontam à cerebrite

Cinco dedos num só.

À socapa, acusam:

Cinco dedos Dédalo!

Arcabuzo olhar de Inca.

O grau do bufonídeo

Perfídia dos camaradas

Ínfima parcela

Sob prática subalterna

O grito de bisão

Sem moral condição.

Taliesin
Enviado por Taliesin em 09/07/2011
Código do texto: T3085686
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