O BUFO
Jazem os al-khuarismi
No catálogo da usina,
Operários escravos da moda
Bípedes da manufactura
No seu cativeiro de artífices.
Andam, falam bip, bip…
Assobiam bips…
Pensam no modo bip.
Vegeta o pobre
Encéfalo normal, robô?
Ao que chama a si próprio:
“Mec”.
E a tudo diz –
Bip! Bip!
Na ponta dos outros
Cinco dedos cintilam
Cinco dedos num só
Cinco dedos Dédalo!
Arcabuzo olhar de Inca.
Ínfimo somos todos nós
Alvos, testas de ferro,
Rostos de mentecaptos
Mentes de cerebropatia…
Cebrastenia de quem?
Se amando Delta se vão dédalos.
Falam mão no ombro
Medrados testículos doutrem
Rondam o buraco escurril
Esticam o polegar
Apontam à cerebrite
Cinco dedos num só.
À socapa, acusam:
Cinco dedos Dédalo!
Arcabuzo olhar de Inca.
O grau do bufonídeo
Perfídia dos camaradas
Ínfima parcela
Sob prática subalterna
O grito de bisão
Sem moral condição.