Carne e sexo
Conheço-te tanto
conheço e não conheço,
mas divago nos límpidos desejos
como seria teu sono;
teu corpo; tua expressão pintada
que se revela na cor (o mel de teus olhos
e o branco de teus dentes) do crepúsculo.
A noite, ébrio anoitecer.
Anoiteço-me. Calo-me.
Embriaguez: subterfúgio dos males;
das iniqüidades
ou, e espoliação da alma.
E o que há além?
Além da embriaguez,
da concretude do ser,
do sexo, da fome e da carne?
Domínio do corpo sobre o corpo
ou a idílica viagem da carne.
Vai e vem. O vazio ocupa o verbo existir;
Vão, fútil, vazio, e nada
e carne; o concreto empurra a pedra.
E há desejo além da não-existência?
No campo, com pés na terra intata
e na calmaria da manhã
Amanheço-me.