Carne e sexo

Conheço-te tanto

conheço e não conheço,

mas divago nos límpidos desejos

como seria teu sono;

teu corpo; tua expressão pintada

que se revela na cor (o mel de teus olhos

e o branco de teus dentes) do crepúsculo.

A noite, ébrio anoitecer.

Anoiteço-me. Calo-me.

Embriaguez: subterfúgio dos males;

das iniqüidades

ou, e espoliação da alma.

E o que há além?

Além da embriaguez,

da concretude do ser,

do sexo, da fome e da carne?

Domínio do corpo sobre o corpo

ou a idílica viagem da carne.

Vai e vem. O vazio ocupa o verbo existir;

Vão, fútil, vazio, e nada

e carne; o concreto empurra a pedra.

E há desejo além da não-existência?

No campo, com pés na terra intata

e na calmaria da manhã

Amanheço-me.

Gabriel Furquim
Enviado por Gabriel Furquim em 03/07/2011
Código do texto: T3073193
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