POETA OBJETO
Hoje por um momento reli o meu escrito,
nem sei porque fiz isto.
Ato insano – virtude ou erro?
Confesso-me confuso, sou eu assim descrito:
Perdido, devasso, amando, deprimido, omisso;
estranho a tudo isso.
Solidarizo a morte... Depressivo!
Regojizo a esperança
e que não se parta o elo
em quão dolorosa distância
e demorada espera.
Suntuoso sentimento invade-me o peito,
sofrível lamento; árdua batalha que se trava,
consciência e alma _ Medo!?
Pobre espelho mudo,
por que não respondes meus anseios?
Leio e releio minhas confissões de afeto,
meus desencantos e protestos
e encontro-me.... Intragável,
indigesto, moribundo, indelével.
Hoje por um momento,
admito minha depressão
e cruelmente açoito as velhas feridas
de onde sangram meus versos.
E dou-me um tapa com luva de pelica...
Morra poeta objeto.