POETA OBJETO

Hoje por um momento reli o meu escrito,

nem sei porque fiz isto.

Ato insano – virtude ou erro?

Confesso-me confuso, sou eu assim descrito:

Perdido, devasso, amando, deprimido, omisso;

estranho a tudo isso.

Solidarizo a morte... Depressivo!

Regojizo a esperança

e que não se parta o elo

em quão dolorosa distância

e demorada espera.

Suntuoso sentimento invade-me o peito,

sofrível lamento; árdua batalha que se trava,

consciência e alma _ Medo!?

Pobre espelho mudo,

por que não respondes meus anseios?

Leio e releio minhas confissões de afeto,

meus desencantos e protestos

e encontro-me.... Intragável,

indigesto, moribundo, indelével.

Hoje por um momento,

admito minha depressão

e cruelmente açoito as velhas feridas

de onde sangram meus versos.

E dou-me um tapa com luva de pelica...

Morra poeta objeto.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 01/12/2006
Reeditado em 29/12/2009
Código do texto: T307195
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