CRÔNICA DE UMA CIDADE VAZIA

Enquanto vôo no céu de chumbo
Minhas asas de um branco inviolável
Cortam destemidas, feito faca quente
A manteiga insossa da realidade mórbida

Eu brado em meu vôo intrépido
Gritos de vitória infame e louca
Acordo os bufões da cidade cinza
Assusto as rameiras nas sobras malditas

Um estampido forte abate a ave egrégia
Uma picada doce anuncia a dor lancinante
E tombo de meu céu como estrela delirante
Debruço meu corpo macio na terra dura e fria

A noite perversa se acomoda na cama vadia
Olha de canto, algum ultimo suspiro teimoso
Vira de costa prostituta sem clemência
Nada mudou nesta cidade vazia


Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 01/07/2011
Reeditado em 02/07/2011
Código do texto: T3069831
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