SIMPLESMENTE UM RELATO

Agora não somos mais meros colegas,

Daqueles que passam pela rua e fazem um cumprimento.

Somos parte de um todo, estraçalhado por nós

Ou ainda pelas circunstâncias que nos submetemos.

Somos em essência frutos de uma natureza

Que embalou acontecimentos que nos tomaram a inconsciência.

Sabedores do que éramos, sem mais então dissemos coisas

Desmedidas, hoje desvalidas e sem qualquer valor.

Aconteceram no auge o que nos falta ao final,

Sem mais para esses momentos nos sufocamos.

Você pelo arrependimento imaturo de um dia,

E eu pela imaturidade de todo um sempre.

Fugir seria uma maneira de acelarar o fim,

Mas esquecemos que os caminhos eram os mesmos.

Trocamos insistentes considerações revendo palavras

Que nunca tiveram tanta capacidade de se revelar no silêncio.

Eu era apenas um lugar em que eu deixava o tudo

E em troca recebia em míseras condições alguma coisa.

Fui na imensidão de todos os momentos capaz de compreender

Com uma capacidade de refazer o discurso para não magoar.

Sai ferido. Antes tivesse saido exausto de momentos sublimes,

Mas não, fui deixado no lugar de um amor natimorto.

Pois até que eu mesmo tenha as provas contrárias,

Minha consciência apontará o desejo fiel de te fazer feliz.

Rônet Alves

Fortaleza, madrugada de 01 de julho de 2011.