Érato seria?
Na ponta dos pés, a bailarina
Na corda bamba, o equilibrista
Na poesia de amor, Érato
Assim, supunha-se...
Na inspiração poética,
Luz!
Nas entrelinhas ou rimas,
A luzir entre pontos e vírgulas,
Os versos do poeta encandeceria...
Ah, poeta, leu seus versos
Palavra por palavra, releu
E envaidecida, jurou:
Sua musa sou eu!
Seria pois, sua Érato?
Ah, sim seria!
Falava dos seus olhos,
Das Luas e das noites suas
Poetizava sobre seus mistérios, etéreos...
Então sonhou...
Sonhou que o poeta a amaria
Entregou-se aos seus devaneios todos
E aos desejos tolos que jamais aconteceriam...
A noite acabou, a palavra evanesceu
O sonho acordou, a musa chorou e o poeta não viu...