O ETERNO NAMORADO
Sonia Barbosa Baptista
(Poesia)
O moço ficou perdido no tempo
Enquanto ávido por fazer vida
Ao embarcar no ônibus em movimento
Perdia para sempre a sua querida
Casa na praia, carro e apartamentos
Intensa labuta para comprar
Anos mais anos de aborrecimentos
Com o seu amor só podia sonhar
O tempo que sabedor da façanha
Vê a transformação acontecer
Não quis lançar mão de tal artimanha
Porém, viu aquele moço envelhecer
E sua tristeza ao retornar ao lar
Ao perguntar e sem entender nada
Foi fazer vida para desposar
Sua amada, mas ela está casada
De tristeza e decepção ele adoece
E só, entre as mobílias da mansão
Não entende o que de fato acontece
Está rico, e tem vazio o coração
Lembra que ao correr, e voltar no tempo
Era tarde e, com os cabelos brancos
Não restou nada a não ser lamento
Vive em depressão, lamúrias e prantos.
12/06/2011