SER O NADA
SER O NADA
Sou um pássaro ferido
Com sua asa quebrada
Tentando ainda voar
Sou um golfinho atingido
Pelo arpão da esquadra
Seguindo inútil no mar
Sou uma estrela apagada
Que perde o seu brilhar
E cai do céu num estampido
Sou a corrente estragada
Que a nada pode atar
Pois tem o elo rompido
Sou cruz no fim da estrada
E nela vou me pregar
E ali perder meu sentido
Num soluçar comovido
Então parar de respirar
Esquecer tudo e ser o nada