CÁRCERE

Jaz no peito a fria saudade

Aniquilando as suaves lembranças

No sepulcro, chora a ausência

Como pesadas brumas sobre os ombros.

Ó masmorra que prende-me o brado

Cárcere privado de perene clamor

Dissipa-me, ó coração afugentado

Desse imenso e interminável labor.

Prende-me as algemas do passado

Como densa e extenuante mácula.

Ó cárcere que me enclausura a alma

Ó tempo que me sepulta o descanso

Liberta-me, ó rútilo e próspero amor

Como lábaro desfraldado

Desse suplício de eterna dor

Desse martírio exacerbado.

Liberta-me, ó pássaro da paz

Corta-me as bárbaras algemas

Que prendem-me ao cruel veneno

Que prendem-me à cruel masmorra.

Ó infinita lembrança

Liberta-me desse cárcere sem vida

Devolva-me a alma perdida

Para sanar minha dolorosa dor...

Castro Antares
Enviado por Castro Antares em 21/06/2011
Código do texto: T3049492
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