SANGRIA DESATADA
Nasci nú
No meio da rua
De uma rua sem nome
Sem nome
Também eu nasci
E assim vivi
Ri de tudo, sem parar
Sem reparar nos nomes
Das ruas
Quando me julguei
Preparado
Chorei desesperado, pois vi
Que apenas vivia
Que sorvia a esperança
De continuar vivo
Que estava no meio
Da rua que tinha nome
Agora, já eu tinha nome
Mas estava morto
E nú
S. Paulo,29/12/2004