A Dama da Meia-Noite
Numa noite gélida de Dezembro,
Corvos voam no céu, lobos correm pela escuridão.
Junto aos sussurros noturnos, ouve-se uma canção...
É a Dama da Meia-Noite, de quem eu bem me lembro.
Seus cabelos negros, seu rosto pálido!
Suas longas vestes esvoaçantes,
Seus olhos escuros e penetrantes...
Tua voz melodiosa, que deixa-me cálido!
Caminha por entre as árvores, eu sigo tua voz.
Vamos juntos nesta infinita estrada,
Onde brilha a luz do luar sobre minha amada!
Onde meu coração sente esse desejo feroz!
“Linda Dama, estou te ouvindo!
Por esses labirintos, estou sempre te seguindo!
Vendo tua silhueta na noite escura,
Admirando essa tua beleza pura!”
Assim, a Dama pára.
Meu coração dispara.
Tua voz na noite ecoa.
Sinto que minha alma voa!
“Já não vivo mais!
Minha canção é crua!
Pela última vez me escutais,
Pois agora pertenço à Lua!”
Dizendo isto, a Dama chora.
Seu corpo no mar aflora.
Sua alma sobe ao céu,
Seu corpo ondula como um véu.
Melancólico, caminho de volta,
Sentindo essa amarga revolta!
Ainda ouço a canção daquela que amei,
Pois sua melodiosa voz nunca, nunca esquecerei!