Mágoa de Inverno

Nos dias friorentos de junho

Eu sucumbia minhas lágrimas, mágoas e rancores

No recôndito de minha alma,

Para te oferecer o meu ombro amigo

Com a caridade dos amantes e

Que um dia sonhei receber nos momentos sôfregos.

As gamelas que víamos eram nossas visões etéreas

Que os anjos nos revelaram, mostrando-nos a poesia;

E eu a ajudava com a força que em mim não havia,

Para que tua alma sorrisse...

Em teu sorriso encontrava a minha alegria

Mesmo que escondida

No orgulho do poeta.

As verdejantes gramas orvalhadas eram vistas por nós,

Meros jovens perdidos

Nos dissabores que o amor oferece aos tolos

Como recompensa de aprendizagem.

Brilha vagalume na savana!

Deixe minha pena um pouco branda!

E eu ofereci o meu ombro com amor,

Com a compaixão de Cristo,

Com a candidez de uma criança,

Porque anelei ter um ombro nas ventanias.

Hoje o inverno traz a geada para mim,

Minhas vestes não cobrem o frio,

Minhas lágrimas caem em minhas mãos frias,

Mas eu não posso te revelar minha dor

Já que tu odeias lágrimas.

E o que eu tenho a te oferecer

Senão um poema melancólico,

Recheado de lembranças caridosas

De um passado dissimulado,

Onde quem verdadeiramente amou fui eu?

Clamarei à lua outra vez,

Musa inspiradora de meus poemas,

Colocarei meu diadema

E amanhã farei de conta que o hoje não aconteceu.

Hoje seria tão normal quanto outros...

Se não fosse dia treze.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 13/06/2011
Código do texto: T3031281
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