Mágoa de Inverno
Nos dias friorentos de junho
Eu sucumbia minhas lágrimas, mágoas e rancores
No recôndito de minha alma,
Para te oferecer o meu ombro amigo
Com a caridade dos amantes e
Que um dia sonhei receber nos momentos sôfregos.
As gamelas que víamos eram nossas visões etéreas
Que os anjos nos revelaram, mostrando-nos a poesia;
E eu a ajudava com a força que em mim não havia,
Para que tua alma sorrisse...
Em teu sorriso encontrava a minha alegria
Mesmo que escondida
No orgulho do poeta.
As verdejantes gramas orvalhadas eram vistas por nós,
Meros jovens perdidos
Nos dissabores que o amor oferece aos tolos
Como recompensa de aprendizagem.
Brilha vagalume na savana!
Deixe minha pena um pouco branda!
E eu ofereci o meu ombro com amor,
Com a compaixão de Cristo,
Com a candidez de uma criança,
Porque anelei ter um ombro nas ventanias.
Hoje o inverno traz a geada para mim,
Minhas vestes não cobrem o frio,
Minhas lágrimas caem em minhas mãos frias,
Mas eu não posso te revelar minha dor
Já que tu odeias lágrimas.
E o que eu tenho a te oferecer
Senão um poema melancólico,
Recheado de lembranças caridosas
De um passado dissimulado,
Onde quem verdadeiramente amou fui eu?
Clamarei à lua outra vez,
Musa inspiradora de meus poemas,
Colocarei meu diadema
E amanhã farei de conta que o hoje não aconteceu.
Hoje seria tão normal quanto outros...
Se não fosse dia treze.