Discoplastia

Entre meu sangue, corre a adrenalina em que os dias foram melhores.

Vivo a discoplastia de movimentos lentos

E dores insuportáveis.

Meus requerimentos são importunos nesse mundo de vilão.

Talvez, o pega ladrão já tenha sido um jogo mais realista.

Hoje, o mundo vive essa tal de diplomacia.

Só a reclusão de outrora permanece.

Não esqueço a corpulência do resguardo e,

Mesmo assim, a consistência do cansaço me domina.

É quando o respaldo não basta para alimentar meus filhos.

Não tiro da mente a dor que corre na alma.

Não luto apenas pela paz:

O faço também pelo dinheiro que é necessário.

Vivo a discoplastia de movimentos lentos e tortos.

Lentos e torturosos.

Chego em casa e a única alternativa que resta é colocar meus pés de molho em água quente.

O que resta é pensar para suprir o psicológico afetado de maneira retumbante.

São revoltantes os gritos que sinto em meu corpo inflamável.

Vejo, em telas pequenas, pessoas entre os ganhos.

E eu? Vivo na discoplastia de movimentos lentos e raciocínio dormente.

Vivo no purgatório onde o desrespeito ainda é insinuante.

Insinuam a esquecer dos lentos e dos leitos.

Entre os berços, vejo já o choro do bebê.

Ele sabe que veio ao mundo para sofrer.

Ele já se revolta,

Pois, na sua volta, ele não vê alternativas.

Ele só vê um povo lento. Um poço lento à beira do desmoronamento.

E é só um pensamento que salva;

Só um pensamento que guarda:

“Será que eu mereço?”

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 11/06/2011
Código do texto: T3028969
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