UM AMOR QUE ME RECUSA

Foge de meus mínimos poderes a contenção desse indomado sentir

Nuvens e pensares a se fundir, elevam meus soluços aos indícios teus

Miragens talhadas em breus, cântaros de prantos a me esvair

Torres erigidas no próprio ruir, credos tingidos em pigmentos ateus!

Sanções do ego sitiado, desfilam o que restaram dos esforços exauridos

Muros qual seda demolidos, fronteiras que perderam seus portões

No peito um deserto e no rosto inundações de comas sucessivos

Sonhos noturnos doloridos, fraturas de pesadelos em exposições!

Cravos em guerra com espinhos norteando íngremes porões de fugas

Do casulo agonizante brotam asas de rugas, na língua palatos censurados

Clamores arraigados, ondas amargas se forjam regadas de chuvas

Falsa doçura de hipócritas uvas, pesadelos revividos e mal acordados!

Reles herói do fracasso é meu inconsciente quartel rendido

Regra injusta de um jogo vencido, inexistente chance para o meu libertar

Acima o céu e abaixo o mar, sou eu a derivar nesse comando perdido

Pois o amor que me tem preterido, também tem me ferido e não quer me amar!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 09/06/2011
Código do texto: T3023695
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