Começa o questionamento.
Começa o questionamento.
Vejo que aquele que gasta sua milhas com prostituição é um abençoado
E eu, que carrego o piano, fico todo suado, mas não sou abençoado.
Eu pergunto por que ele? Você pode achar que sou invejo, mas não é essa a questão, mas, sim, aquele que pega seus valores e joga no ralo, pois olha o bolso e vê que está lotado.
Agora eu e muitos que lutam com todas as garras, olhamos nosso bolso furado.
Questiono e, então, você poderá me dizer: Nem só pão vive o homem, mas com a palavra de Deus.
E eu digo: Muito bom seu ensinamento bíblico, mas eu recito que é recíproco que chega uma hora em que, de palavras, o mundo se cansa.
Porque ouvir sempre a mesma coisa cansa.
Desanda, então, os conceitos de que a normalidade já foi boa.
Quero, então, dizer em palavras de bom som: porque ele?
Por que não eu?
Não vês, Senhor, que eu poderia tirar algum proveito se tivesse a chance que não tenho?
Para que testar um ser criado por ti, que sabes que não corresponderá?
Use tua onipotência. Use de sua onipresença e verás
Que nem toda a tua cria age de boa fé.
Eu me questiono o porquê de haver crianças com fome
E pais sem poder alimentá-las.
Eu me emputeço com a dor que nunca senti e com
A sede por qual nunca passei.
Eu vejo aquele homem comprando carros luxuosos e enrolando dinheiro em seu charuto cubano.
Por quê, meu Deus? Por quê?
Chega uma hora que as palavras cansam
E, agora, eu já me cansei.