O estranho e o natural

Estranho ato, lição de vida,

quem o viu assimilou;

Aurora constrangida,

repondo as cores que a noite furtou.

Natural o cão latir p’ro gato,

inimizade antiga, proverbial;

Estranho o hipócrita olhar nos olhos,

ver a lealdade e não sentir – se mal.

Estranho viajar com duas passagens,

insólito, intrigante;

Natural a primavera fazer a flor,

e o estio o retirante.

Estranho coletivo que cruza a noite,

superlotado de sentimentos;

Natural a cortesia do sono,

viu a lembrança em pé, ofertou o assento.

Estranhas palavras amargas,

desprezando a lenha que formou a chama;

Natural a porca lavada,

baixar a cabeça e voltar para a lama…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 02/06/2011
Código do texto: T3009175
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.