Solitárias Madrugadas


No negrume da noite vagas sombras tristes vultos

Despojados provam a solidão, pesadelos ocultos

Portas cerradas, chaves perdidas, vidas arquivadas

Cenário de melancolia retrato claro da derrocada



A poeira do medo afasta as tentativas do reviver

Vidraças chamuscadas revelam tosca chama de luz

Tristes vultos vazios vagam vagos de amor e prazer

Alma exausta, vã tentativa de impedir o amanhecer



A chuva que cai encharca sem pena ruidoso telhado

Afasta tristes sugadores alados pendurados no teto

Silencia as corujas famintas em busca dos insetos



Segue o cortejo sinistro sem ver o nascer da manhã

Desponta o sol na colina enfrenta as frestas do medo

Desvendados mistérios da flor que nasce em segredo

(Ana Stoppa)




Obrigada querido Poeta
Edson dos Santos  pela interação:

Deixa a janela entreaberta
 para a lua ver você
 e logo pela manhã
 o sol irá te aquecer
(Edson dos Santos)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 27/05/2011
Reeditado em 28/05/2011
Código do texto: T2996047
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