Cada instante
O tempo com fúria
volta cada dia para mim,
o instante de erro
reveste o corpo que nada cala
não quero o dia
farto de sangue
nem a culpa o medo a dúvida
quero um instante
de silêncio,
vejo as flores, estão amarelas, desalmadas
os rios raivosos e nuvens à chorar
nem os campos que amainavam a dor floresceram
o tempo com fúria
volta cada dia para mim
pedaços de homens
em pedaços de sonhos,
a tristeza em mim
cavalga e lamenta
de dia em dia
a face da vida
que aqui se perdeu,
definitiva e sempre
cinza funérea tristeza,
de ver que tudo, cada hora e momento
caminha para nada.