O sofrimento do palhaço

28/03/2007

Diante de ti fico muda, perco a fala

Não encontro palavras pra descrever o que eu não entendo

Olho pra ti e tua aparência me cala

Não te reconheço mesmo te conhecendo.

O que tu dizes parece certo, porém não se aplica

Ao cotidiano que nos sufoca e entristece

Deixa-nos cansados, cheios de estresse e fadiga

Num mundo onde a aparência é o que prevalece.

Tu me mandas sorrir e fazes muita graça

Mostra-me como é fácil esquecer o mundo de horror

Mas nos teus olhos eu vejo medo e fantasmas

O espelho da tua alma cheia de tristeza e rancor.

Tu falas das tuas desilusões e ri da tua amargura

Mas teu sorriso trai as tuas palavras de amor

Vejo o quanto o mundo que tu amas te machuca

E a alegria dos outros ameniza a tua dor.

No silêncio da tua voz encontro as palavras nos teus olhos

Tão expressivos e cansados, porém tua boca sorri

E não percebo o meu próprio choro

Ao ver-te disfarçar uma lágrima que tenta cair.

Há na tua voz um quê de tristeza e dor

Um sentimento que teu rosto tenta esconder

Sinto um aperto no peito ao vê-lo sorrir com rancor

Tentando amar uma vida que nunca amou você.

Patricia Teixeira
Enviado por Patricia Teixeira em 25/05/2011
Código do texto: T2993175
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