O HOMEM SEM AMANHÃ
A porta está aberta mas não
Há luz para o dia,
Noite longa,
A escuridão é parede sólida
Uma manobra que apaga da
Memória
O caminho da saída
A chave da porta fechada
Anuncia o poder sublime
Da ida
Liberdade abstrata quando
A luz opaca guardou a
Vontade
De se construir na história
Porta lacrada, não há
Claridade a abrir os olhos
Da razão:
A luz do dia e a noite
São amantes, e inebriam
A mente
No cimento úmido do chão
Não há mais porta. A memória
Apagou os vestígios do dia,
Cinzas sem brasa;
O claro são nuvens a
Embaçar a nitidez de vidro
No brilho
Oculto da visão.