Meus ofícios mudaram...

Meus ofícios mudaram,

Meu semblante desconfia-se.

Sabe quando você perde a magia? Não, né?! Você não é mágico.

Mas sabe quando você perde a batida do balanço de uma dança.

Então... Me sinto assim,

Sei lá! Nada mais me faz alegre, nem os sonhos.

Talvez eu caia na real que esse mundo é surreal,

Que meus pertences são um nada.

Talvez caia a ficha de que sou um nada.

Vi que a humanidade é menos humana.

Vi que a vida é injusta. A vida é cabra safada.

Tenho vontade de pegar o meu livro, “o livro da vida”, e tacar fogo.

Tenho vontade de fazer as maiores rebeliões.

Sair gritando e mover essa multidão que só sabe ficar com a bunda no sofá.

Vontades essas que me desanimam ao mesmo instante em que me instigam,

Já que nunca poderei realizá-las.

Ao menos, não em vida,

Já que, aqui, o reconhecimento vem apenas pós a morte.

Chamam isso de underground, é?

Perceber o valor de um semelhante apenas depois que ele morre?

Se for assim, matem-me logo. Saquem logo suas armas e me matam balas por aí.

Esfaqueiem-me, trucidem-me. Só não me deixem mais num mundo só,

Onde o amor não mais existe.

Mudem os homens de atitude ou, então, mudem-me os homens de lugar.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 21/05/2011
Código do texto: T2984990
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