Meus ofícios mudaram...
Meus ofícios mudaram,
Meu semblante desconfia-se.
Sabe quando você perde a magia? Não, né?! Você não é mágico.
Mas sabe quando você perde a batida do balanço de uma dança.
Então... Me sinto assim,
Sei lá! Nada mais me faz alegre, nem os sonhos.
Talvez eu caia na real que esse mundo é surreal,
Que meus pertences são um nada.
Talvez caia a ficha de que sou um nada.
Vi que a humanidade é menos humana.
Vi que a vida é injusta. A vida é cabra safada.
Tenho vontade de pegar o meu livro, “o livro da vida”, e tacar fogo.
Tenho vontade de fazer as maiores rebeliões.
Sair gritando e mover essa multidão que só sabe ficar com a bunda no sofá.
Vontades essas que me desanimam ao mesmo instante em que me instigam,
Já que nunca poderei realizá-las.
Ao menos, não em vida,
Já que, aqui, o reconhecimento vem apenas pós a morte.
Chamam isso de underground, é?
Perceber o valor de um semelhante apenas depois que ele morre?
Se for assim, matem-me logo. Saquem logo suas armas e me matam balas por aí.
Esfaqueiem-me, trucidem-me. Só não me deixem mais num mundo só,
Onde o amor não mais existe.
Mudem os homens de atitude ou, então, mudem-me os homens de lugar.