OU EU QUE NÃO SOU TÃO ÁCIDO

11.09.05.

Eu sabia que somos frágeis

Tendemos a feder, a decompor

Nossos nervos não são de aço

Nosso hipotálamo degenera

Os poucos neurônios são suicidas

Nos enfartamos na nicotina

Eu sabia que era uma rápida passagem

Eu sabia que somos frágeis

O sono nos derruba

A sede, a fome, a dor

Nossa pele se enruga

Caem nossos dentes, nossos cabelos

Nossas mentiras viram verdades

Nossos sonhos, pesadelos

Nossos deuses, ilusões

Tendemos desmistificar nossas fadas

Abanar o rabo, mostrar nossas fraldas

Eu sabia que éramos frágeis

Como idiotas procurando amor, rá rá!

Enquanto o Criador muito ocupado

Ele não tem culpa...

Ou eu que não sou tão ácido!

Estou vendendo meus sonhos!

(esse: “estou vendendo meus sonhos” já virou lugar-comum,

mas não ouse perguntar-me seus preços!)

Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 21/05/2011
Código do texto: T2984202
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