OU EU QUE NÃO SOU TÃO ÁCIDO
11.09.05.
Eu sabia que somos frágeis
Tendemos a feder, a decompor
Nossos nervos não são de aço
Nosso hipotálamo degenera
Os poucos neurônios são suicidas
Nos enfartamos na nicotina
Eu sabia que era uma rápida passagem
Eu sabia que somos frágeis
O sono nos derruba
A sede, a fome, a dor
Nossa pele se enruga
Caem nossos dentes, nossos cabelos
Nossas mentiras viram verdades
Nossos sonhos, pesadelos
Nossos deuses, ilusões
Tendemos desmistificar nossas fadas
Abanar o rabo, mostrar nossas fraldas
Eu sabia que éramos frágeis
Como idiotas procurando amor, rá rá!
Enquanto o Criador muito ocupado
Ele não tem culpa...
Ou eu que não sou tão ácido!
Estou vendendo meus sonhos!
(esse: “estou vendendo meus sonhos” já virou lugar-comum,
mas não ouse perguntar-me seus preços!)