GOTAS DE ALENTO
Sonia Barbosa Baptista
(Poesia-Desilusão)
Lânguido silêncio impresso
Nos olhos fixos na estrada
Folhas marcam o regresso
No ato preciso da entrada
As secas levadas ao vento
Chegam perto da janela
São como gotas de alento
Que escorrem dos olhos dela
Sente no corpo um tremor
Vê alguém que se aproxima
É ele o seu querido amor
E ela corre escada acima
Mas ao chegar ao portão
Sente sua força faltar
É tamanha a decepção
O seu amor não vai voltar
Foi o que leu no telegrama
Com os olhos embaçados
Que envolvidos numa trama
Faz um mês estão casados
Tal tristeza a acometeu
Como num tiro certeiro
A notícia que lhe deu
Naquele dia o carteiro...
Alguns anos são passados
Já não é mais apogeu
Juntos como namorados
Feliz, de amor não morreu...
20/05/2011