QUERO MINHA VIDA DE VOLTA
Recolhi os cacos sob a mesa
um a um, e eram tantos
em quantos pedaços você me partiu
em quantos laços me prendeu
até descobrir que não era amor
até se desincumbir e jogar pro alto
a minha frágil porcelana
e me deixar assim, insana
tão destroçada, tão morta
que nem sei mais por onde
vou, pra onde ir, e como
ultrapassar aquela porta
que me leva outra vez a mim
Pois quem fui se perdeu
não há como consertar
e terei que pra sempre
viver com este aleijão
que impede os passos
que convida à morte
maldita sorte
maldito norte
que se apagou.
Quero minha vida de volta
quem vai me abrir esta porta?