OBSTINADO DESAMOR
quis amar meu coração e nem pensar em me inserir
Achou por bem fingir que nada via de um muito que eu fiz
Pra me fazer feliz teria que notar meu existir
Porém de mim vivia a fugir, deixando a minha vida por um triz!
Corou de indiferença a minha lua constrangida
Jogou vinagre na ferida e dilatou artérias transtornadas
Amedrontou meu sol com trovoadas, vedou todas as saídas
E viu diminuídas minhas arritmias tão exageradas!
Forçou meu corpo a lacrimejar por sudorese
E sustentou a tese que bem fazia em todo o mal a me fazer
Levando meu outono a entristecer no entardecer de sua prece
Transbordação que ainda desce pelas ladeiras do desprazer!
Olhou pro céu e não lembrou que o firmamento eu dei pra ela
Dimensionou a chama de uma vela e nem com ela quis me iluminar
Meu beijo lhe acariciou no banho de mar, cantei-lhe a canção mais bela
Porém nem mesmo quis me olhar pela janela e se trancafiou pra não me amar!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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