Não quero mais me entregar!
Tão doce e dura ilusão...
Levaste o melhor de mim.
Meus sonhos, sorriso,
Minha vontade de pular, saltar, me mover.
Meus braços estão atados
Mesmo sem querer estar
Minha boca selada
Sem esperar se abrir.
Sem querer tocar outros lábios
Outros copos...
Coração em pedaços
Com medo de se entregar.
Ah, pobre coração infante...
Foste tão judiado
Neste falso amor
Que não almeja a nenhum outro.
Amedrontado pelo sofre,
Por falsas promessas,
Traição,
Tão grande a desilusão.
Se há dor
Não houve amor.
Ou a dor é a única certeza
De que um dia foi real...
Tão certo e confuso...
Sentimento exposto
Assim como as marcas
Que em meu peito vê.
Tantos casais ao meu redor
E o que antes via como... Lindo!
Hoje vejo como... Só mais um.
Mais uma forma me se machucar.
Estou com medo...
Não quero mais sofrer,
Não quero mais ninguém!
Talvez a solidão seja boa.
Pensava que me entregar
Era a melhor forma de me encontrar,
E só encontrei mentiras
Onde me perdi.
Tempo...
Traga-me de volta as certezas,
Para que eu possa viver...
Mesmo que só por mim.
Devolva-me o sorriso
Que um dia em meu rosto
Tão sincero viste.
E que hoje parece não querer voltar.