Desânimo me pega.

Eis que o desânimo me pega,

As rosas do meu jardim choram,

Todo mundo chora, pois todos nos almejam juntos.

Os anjos cantam louvores em nosso favor.

O mundo para esperando o nosso beijo.

Mas a ingratidão faz você perder a visão.

Parece que você esta cega ou sou eu que estou cego de amor.

Amor é bom quando você tem a pessoa junta, mas quando você não tem, basta solidão.

Basta sentar, almoçar, jantar, falar e amar. Apenas sozinho.

Basta apenas a vontade de mudar - não por falta de tentativas, mas por falta de contribuição; falta a palavra “querer”.

Não sei o que você busca, mas eu busco você.

Busco nos sonhos; busco nas inspirações; busco na solidão; busco na alma...

Sem bússola, tento ver a direção do seu coação.

Mas não sei. Acho que tentei tudo. Disse que a amo.

Recitei poesias feitas com a alma. Disse tudo que veio à minha cabeça, mas minhas mãos não conseguiram alcançar. Estão doloridos de tanto tentar. Estico, mas pego e peco no vazio. No vazio que só você pode preencher.

Mas, pelo jeito, parece que você não tem alguma iniciativa e eu basta sonhar.

Sonho com suas covinhas, seus cabelos longos, com seus traços sinuantes, com a obra prima que Deus fez.

Pintou você com muito amor e carinho. Sua fórmula secreta foi a simpatia.

Simpatia que não vejo mais. Você deixou de brilhar a partir do momento que começou a me evitar.

Parto sem destino, sem rumo. Já que, parido, não tenho mais para onde ir.

Tirem esse velho dali. Tirem esse velho Davi. Tirem esse velho, Davi.

Inconsequentemente, tirem-me daqui.

Não basta mais sonhar com futuros mirabolantes. Futuros não são nada.

Futuro não é nada sem o que a gente quer que seja. Sem quem a gente quer que esteja.

Esteja perto de mim e me olhe, me encare, me fite, me mate, me tenha ou me tente de qualquer forma. Mesmo que seja em forma de sopa ou de prato ou de praxe, mas não me largue sem futuro, que nada serei.

Quem é você, afinal?

Quem é que me seduz e me abandona à ribanceira?

Não sou porco, mas seja o que quer que eu seja, estou atolado em minha própria desgraça, que começou de ti

E veio até mim.

De choque, defronte. Me seque agora que olho. Só não me seque pelas costas.

Por favor.

Tirem este velho daqui...

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 05/05/2011
Código do texto: T2952023
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