É tão ruim sentir-se e ser um solitário.

Dane-se mesmo a circunstância de hipócritas.

Dane-se quem acredita em palavras surreais.

Dane-se, então, se não sou nada para os seus sentimentalismos.

Ai, amei. Nossa, quanta hipocrisia!

Estou farto dessas pessoas que brincam com sentimentos de um solitário poetar!

Por isso que não acredito em poesias de amor,

Pois amor nem existe.

Nunca existiu e tenho raiva de quem o inventou.

Amor é uma palavra mal inventada por um idiota que assistia novelas da Globo.

Assistia cenas de Zé Mayer comendo todas.

Dizendo que ama todas.

Por isso não expresso mais para ninguém.

Ninguém dá o direito de ler minhas palavras expressas com a alma.

Dane-se! Rasguei a poesia e taquei fogo.

Já que não dá importância para quem lhe dá a tal da importância.

Apenas importa-se com seu próprio eu.

Então eu digo: o chão é mais em baixo e o teto mais em cima.

Apenas fui sincero e comunicativo e o que recebi?

O que recebi além de nenhum “oi” e “tudo bem?”.

Em nenhuma circunstância, recebi com abundância um “olá”.

Apenas fui ignorado pela distância de sei lá o quê.

Puts...

É tão ruim sentir-se e ser um solitário,

Qual é a diferença de sentir e ser solitário?

Sei lá, mas me sinto os dois ao mesmo tempo.

Nada mais me dá prazer.

Brochou-se, então, um pênis sem estimulante sexual.

Passo por ruas e vindas

E idas,

Mas ando numa depressão na qual nem sinto mais o vento.

Ele pode passar até do meu lado.

O sol pode aparecer e queimar minha singela pele,

Mas eu não sinto mais nada.

É a era do gelo!

Sinto-me tão friamente com a vida...

Na verdade, o que sempre desejei era ser admirado,

Mas ninguém admira uma mente e um corpo solitários.

Ninguém me deixa um beijo,

Nem se for um olá.

Muito menos um abraço.

Ah, como sou tão otário!

Procuro por essas pessoas para saber se elas se encontram bem.

Mas elas me recebem com a porta na cara.

Fecham e cospem em minha face.

Entristecem o menino dos versos mal amados!

Ignora-me a senhora, ora bolas. Queria apenas me comunicar.

Que mal há nisso? Vocês são melhores do que eu?

Mas me concentro em viver mesmo sem carinho.

Pois digo que, entre meus caminhos, só conheci espinhos.

Olhe meu corpo, veja como fui afetado.

Olhe meu estado.

Olhe, sou um solitário.

Sento nas praças e ninguém me dá a mínima. Ninguém senta ao meu lado.

Estou sujo? Estou fedendo? Não, é porque, na minha testa, diz solitário!

Até as formigas me ignoraram, pois tentei falar com elas e elas nem me responderam.

Apenas comeram meu suprimento alimentar.

Apenas afetaram a minha mente de poetar.

São tristes estes versos solitários,

Mas, na real, estou acostumado a dividir meu tempo com meu próprio eu.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 30/04/2011
Código do texto: T2940545
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