Caneta do poeta
Sou o lúgubre lobo, pelos cantos,
habitante de praças e calçadas.
Urina, catarro secando ao sol,
esquecidos, espantando os casais.
Sou o verme, parasita dos corpos,
germinando sementes, adubando as árvores.
No divino destino do milagre da vida.
Sou enfim, de tudo o pó.
Caminhando nas solas,
nos sapatos baratos
dos transeuntes do centro.
Sou uma busca cansada,
sedenta por respostas.
Presa na caneta do poeta.
* Esse e outros poemas estão no meu livro Verso Livre.
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