Inferno
Inferno é o mundo.
O meu mundo é um inferno.
E eu me consumo em meio as chamas de minha angústia.
Na ânsia de sacear minha sede, bebo minhas próprias lágrimas simplesmente para sentir um pouco de vida e sal.
Na ânsia da fome, bebo meu próprio sangue.
Sim, o mundo mata.
O mundo matou os meus sonhos.
E todas minhas ilusões foram assassinadas.
Eu vivo o inferno de uma vida roubada.
O capitalismo me atolou as margens da sociedade.
Fui jogado nas téias obscuras do inferno.
Num mundo em que tudo é dinheiro.
Eu nada sou além de poeira vermelha.
Mas, o mundo é um inferno.
Eu vivo no inferno.
Eu vivo no inferno de uma sociedade desigual e desalmada.
E aqui já não há esperança, torpe criança!
Não há sonhos.
Só existe as sombras.
As sombras da desonrosa morte.
As sombras da mais fria e dolorosa morte.