Coda
Vivo a apreensão do teu silêncio...
E meu coração é a mimese da dor.
Se houve algum erro pelo torpor,
fui apenas real, mostrando o que penso.
A vida é música, ária intensa.
Nesse concerto, o som e a pausa,
quando no tempo certo, emocionam!
O calor agora e a dor que me causas,
fazem de mim taciturno homem, sem crença:
mereço tanto desprezo, este silêncio, um não?
Mudou tudo... Mudaram os gestos...
Aonde foi parar aquele sorriso que era meu?
O olhar, antes certeiro, decidido e forte,
continua negro, brilhante... Mas e o breu?
Não me queiras mal nem me largue à própria sorte...
Por mim mesmo sumirei, dando em tudo um basta!
Afinal, o mal que fiz também me soa indigesto.
Crato-CE, 25 de abril de 2011.
22h19min