Amor de solidão
Meu Deus, que foram feitos dos sonhos meus?
Dói, dói na alma a dor de ver desmoronar a confiança
Onde está a menina daqueles dias?
Cheia de amor, fé e esperança
Não sou a mesma
Jamais serei!
Vi minh'alma tornar-se um deserto
Pedras, espinhos, aridez...
Oh Deus, por quê?
Encheram-me de sonhos
Arrancaram-me tudo em que acreditei
Confusão, engano...
No peito, lá no fundo...
Ainda acredito no milagre
Tudo não deve passar de um pesadelo
Logo acordarei e olharei para traz aliviada
Mas, não consigo acordar!
Quero acordar e ver meu Deus!
Quero pisar em serpentes e escorpiões
Quero provar o sabor da vitória
Somente o Senhor faz da água vinho
Ele pode fazer renascer das cinzas o que há muito jazia morto
Não posso mais me calar
Fingir que nada me incomoda
Vivo atormentada
O fracasso é meu companheiro
Pela manhã, acordo e o vejo
À noite, deito-me com ele
Estou murchando aos poucos
De pesar, de solidão, de pena de mim mesma
Quero chorar
Não há lágrimas
Quero fugir
Me falta coragem
Quero esquecer, adormecer...
Quem errou?
Todos erraram
Ainda há amor, mas não posso entendê-lo
Amor que não se entrega
Amor sem disposição de corpo e alma
Amor que mente, engana
Amor que não participa, não compartilha
Amor que não inclui
Amor que não é grato
Amor de solidão
Amor que não entendo...