Amor de solidão

Meu Deus, que foram feitos dos sonhos meus?

Dói, dói na alma a dor de ver desmoronar a confiança

Onde está a menina daqueles dias?

Cheia de amor, fé e esperança

Não sou a mesma

Jamais serei!

Vi minh'alma tornar-se um deserto

Pedras, espinhos, aridez...

Oh Deus, por quê?

Encheram-me de sonhos

Arrancaram-me tudo em que acreditei

Confusão, engano...

No peito, lá no fundo...

Ainda acredito no milagre

Tudo não deve passar de um pesadelo

Logo acordarei e olharei para traz aliviada

Mas, não consigo acordar!

Quero acordar e ver meu Deus!

Quero pisar em serpentes e escorpiões

Quero provar o sabor da vitória

Somente o Senhor faz da água vinho

Ele pode fazer renascer das cinzas o que há muito jazia morto

Não posso mais me calar

Fingir que nada me incomoda

Vivo atormentada

O fracasso é meu companheiro

Pela manhã, acordo e o vejo

À noite, deito-me com ele

Estou murchando aos poucos

De pesar, de solidão, de pena de mim mesma

Quero chorar

Não há lágrimas

Quero fugir

Me falta coragem

Quero esquecer, adormecer...

Quem errou?

Todos erraram

Ainda há amor, mas não posso entendê-lo

Amor que não se entrega

Amor sem disposição de corpo e alma

Amor que mente, engana

Amor que não participa, não compartilha

Amor que não inclui

Amor que não é grato

Amor de solidão

Amor que não entendo...

Marisa Corrs
Enviado por Marisa Corrs em 25/04/2011
Reeditado em 11/07/2018
Código do texto: T2930394
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