É meu o castigo!...

Olho a madrugada pela janela...

Todos dormem... é quase dia...

Pensamento viaja na imensidão...

Quem sou eu?... - Estou vazia!...

Apenas recordações... estou somando...

Meu olhar orvalhado... rubra fonte...

Desfaz-se em águas salgadas, mornas...

Sem esperanças... sem horizonte...

Só a solidão pode amenizar meus ais...

Só o silêncio me ajuda a suportar...

O ontem... o hoje... e o nunca mais...

Preciso ir... partir sem mais pensar...

Esquecer o medo... o maldito costume...

O bom dia... o boa noite... o telefone...

Brigas... juras... sorrisos e lágrimas...

Exorcizar de vez, a madrugada insone...

Minha poesia... já não tem aquarela...

Naufragou no véu da noite escura e fria...

Fiquei só... desventurada, triste e sombria...

Minha rima está quebrada... sem companhia!

O sol nasceu.. preciso dormir... já é dia!...

Não quero ver nada... nem o melhor amigo...

A revolta me consome.. - Quem ficaria comigo?

A dor lancinante é minha... é meu o castigo!...

Mary Trujillo

11.11.2006

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Mary Trujillo
Enviado por Mary Trujillo em 16/11/2006
Código do texto: T292959
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