Pontos de Interrogação

O que fazer quando é turva a visão do futuro?

Asseguro que hoje esse é o meu cenário

Um operário servidor do tempo

Que em dado momento fica sem direção

Meu coração palpita acelerado

Num descontrolado ritmo assustador

O horror de cegar as perspectivas

Ativa o sentimento de atordoada perda de rumo

Costumo parar para rezar

Calar a voz para enfrentar o medo

Percebo nesses momentos uma tênue luz

Que conduz meus atos, direciona meus passos...

Espaços que emergem do nada

Numa estrada com espessa neblina

Minha sina, meu destino incerto...

De concreto nada se faz

Voltar atrás talvez seja uma possibilidade

Mas na verdade talvez pior fosse

Na minha idade já não há tempo para retrocesso

Clareza é o que peço e procuro

E juro que me esforço para atenuar a dúvida

A dívida que tenho comigo mesmo

A esmo prossigo a caminhada a passos lentos

Meu momento é de incômoda insegurança

Minha criança interior está assustada

Nessa estrada ladeada de pontos de interrogação.

GeBarros
Enviado por GeBarros em 22/04/2011
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