Pontos de Interrogação
O que fazer quando é turva a visão do futuro?
Asseguro que hoje esse é o meu cenário
Um operário servidor do tempo
Que em dado momento fica sem direção
Meu coração palpita acelerado
Num descontrolado ritmo assustador
O horror de cegar as perspectivas
Ativa o sentimento de atordoada perda de rumo
Costumo parar para rezar
Calar a voz para enfrentar o medo
Percebo nesses momentos uma tênue luz
Que conduz meus atos, direciona meus passos...
Espaços que emergem do nada
Numa estrada com espessa neblina
Minha sina, meu destino incerto...
De concreto nada se faz
Voltar atrás talvez seja uma possibilidade
Mas na verdade talvez pior fosse
Na minha idade já não há tempo para retrocesso
Clareza é o que peço e procuro
E juro que me esforço para atenuar a dúvida
A dívida que tenho comigo mesmo
A esmo prossigo a caminhada a passos lentos
Meu momento é de incômoda insegurança
Minha criança interior está assustada
Nessa estrada ladeada de pontos de interrogação.