ADORMECENDO A DOR

Quem dera a minha face não mostrasse

a dor que em meu peito se aninha

que lá no fundo da alma ficasse

esta dor que é inteira minha

Eu poderia me mostrar feliz ao mundo

escondendo de todos a minha solidão

assim, ainda que por alguns segundos

talvez eu tivesse a mesma sensação

Vivo das dores do meu passado

que alimentam o meu vazio

no meu peito um coração sepultado

reflete em meu semblante todo o seu frio

Tudo é desalento, quanta dor

dentro de mim se instalou e deleita

e somente provo um gosto de amor

onde o meu sonho ainda me deita

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 21/04/2011
Código do texto: T2922441
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