Não Temas
Não temas, se tua face descora,
Na languidez de um pálido morrer,
Tua alma vagueia na morta hora,
Da anunciação do póstumo viver
Não temas, se tua pálpebra demente,
Envolve a dor em triste luto,
Leves ao peito o calvário penitente,
De um amor tardio sem fruto!
Não temas, se teu lívido palor,
Amortalha a fronte enegrecida,
Sabeis, que o suspiro de amor,
É a litania insana da tua vida
Não temas, se sua carne nua,
Enfim na terra será cerrada,
Sob o pratear da virgem lua,
Ao túmulo terás a tua morada!