CANTO NOTURNO
Canto o cântico da melancolia
Da mais triste e longa melodia
Da incerteza e da mais pura solidão
Talvez o canto que cantarei um dia
Não traga de volta minha alegria
E do que semeei ao menos um grão
Dançarei a valsa dos descaminhos
Tendo sob meus pés os espinhos
Que brotaram das flores do amor
Talvez haja sonetos mesquinhos
Como ninho sem passarinhos
Como da escuridão o temor
Ouvirei o som dessa dicotomia
E descobrirei que era só fantasia
E minha alegria meu futuro lamento
E saberei que as palavras que ouvia
Era oposto a tudo o que realmente sentia
E que o sonho jaz natimorto em lamento