Joguei tantas vezes a semente na terra.

Joguei tantas vezes a semente na terra, mas o amor não cresceu.

Minha pele envelheceu, o sorriso perdeu o brilho, a estrutura óssea encolheu.

Talvez seja porque tomei muito sol à espera.

Não sei se é culpa da semente, que não é boa ou da terra, que não é fértil.

Queria que a terra me ouvisse. Terra, você me ouve? Diz-me o que houve?

Pois nada cresce. Estou tratando com amor e carinho – mas você não amadureceu.

Talvez seja porque não estou regando direito e a terra esteja muito seca e precise mais um pouco ser regada e um pouco mais de sol, mas que não queime e nem resseque; apenas fertilize.

Fertilize e me faça sair um sorriso de amor,

Pois a solidão é envolvente, mexe com meu humor e corroe meu sorriso.

Talvez o zigoto não tenha achado o gameta. Talvez eu e o mundo sejamos caretas... Enfim...

Talvez não haja anisogâmica - talvez a vida seja isso mesmo: um dramalhão mexicano.

Talvez eu não saiba adubar - talvez eu penas saiba cultivar.

Pois, na cultura, eu tive um laço diferente. Entre tantos alunos, eu fui um dos únicos que aprendeu a amar.

Eu descobri tenho uma doença. A causa é a carência.

Crescimento lento da espécie, aparecimento de folhas mal formadas, retorcidas ou de coração diferente, hastes fracas e pouca resistência a doenças ou ataque de praga.

Minha praga é a solidão - minha pouca resistência é em ficar sem amar.

Não consigo fica sem amar - poucos acreditam em mim. Acham que sou um garganta, mas quem dera se fosse um garganta; pelo menos não iria provar da dor. A dor de gostar de alguém nem lhe dá a mínima. Gostar de alguém que nem quer saber como anda sua vida.

Estou num cubo. Tento achar a minha área, seria: a base que amar, a altura, seria a felicidade completa que me e leva às alturas.

Essa ingratidão, a cada dia que passa, me mata e me esgota. Minha estrutura já caiu, só restam as ruínas.

Um montante tento me erguer - como um lego encaixa as peças.

Vou deixar meu jardim – que agricultor é esse não conhece a espécie?!

Minha insuficiência não seria a falta de potássio, mas sinto falta de um abraço.

Não abraço com malicia, mas um abraço que diga: Sim eu quero você na minha simples vida.

Não sou bilionário, mas eu sei jogar banco imobiliário. Minha configuração é binária, pois só a zero e um, uma mulher na minha vida, uma planta no meu jardim, que seja sempre você. Amém.

Na terra ou no céu, irei sempre te olhar. No meu jardim irei te cultivar.

Irei te deixar em destaque, fazer um pomar com vista ao mar.

No mar, irei lhe avistar. No mar, no pomar, aonde for, minha flor, irei lhe proclamar.

Proclamarei a vida inteira, mesmo que a vida inteira eu esteja sozinho.

Mas, minha flor, lembre-se: de todos os jardins, você foi a primeira muda do amor que eu encontrei. Nas duas vezes que a olhei, floresceu em meu coração sem você jogar a semente. Nasceu o amor que estava guardado a sete chaves. Você destrancou com apenas um sorriso e suas covinhas. Mas que pena que minha semente que joguei não cresceu! Ficou na terra apodrecendo. Espero o tempo... Quem sabe ela queira crescer e florescer.

Pois, na vida, as pessoas não ficam eternamente. Mesmo no céu ou na terra, eu continuarei te amando. Mesmo que você não me ame e não queira me amar.

Mas espero que eu e minhas lágrimas caiamos sobre sua terra e que essa semente,e ssa muda possa um dia viver somente para me amar.

Mas, a cada dia que passa, reforço minha tese: o mundo não nasceu para amar.

Sim, o mundo ama os bens materiais. O mundo é enganador.

O mundo é tão contraditório, que engana a si próprio.

Mas só que eu não quero me enganar,

Só quero amar alguém. Me diz, qual o mal tem nisso?

Que eu fiz para merecer a solidão? Só quero amar, amar, amar e ser amado.

Só quero provar um pouco do mel da vida.

Só quero um pouco de sombra para repousar.

Só sei que, hipoteticamente, o mundo é hipócrita.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 17/04/2011
Código do texto: T2914399
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.