Esperança oculta
Tu, que sempre me foste paz,
nesta hora, em blasfêmia me traz
as angústias dos meus medos...
Tu, que sempre me foste amor,
nesta hora, em arrogância e dor
me oculta os fúteis segredos...
Os sôfregos d’um dia eterno,
que na ardência ao fogo quente,
na alma me corrói e sente
os compulsivos necrológios...
Instante a cifrar meus anseios,
que na obscura claridade
de o meu temor à sanidade
me fazes parar os relógios...
Tu, agora, euforias me contes...
Pois, pregado atrás dos montes,
me encontro à cruz dos teus seios.
(Poeta Dolandmay)