Esperança oculta

 

Tu, que sempre me foste paz,

nesta hora, em blasfêmia me traz

as angústias dos meus medos...

 

Tu, que sempre me foste amor,

nesta hora, em arrogância e dor

me oculta os fúteis segredos...

 

Os sôfregos d’um dia eterno,

que na ardência ao fogo quente,

na alma me corrói e sente

os compulsivos necrológios...

 

Instante a cifrar meus anseios,

que na obscura claridade

de o meu temor à sanidade

me fazes parar os relógios...

 

Tu, agora, euforias me contes...

Pois, pregado atrás dos montes,

me encontro à cruz dos teus seios.

 

(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 14/04/2011
Reeditado em 28/05/2013
Código do texto: T2908099
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