SOPA DE LETRAS
A boca cheia de letras,
barriga roncando, vazia,
troveja a fome dolorida,
porque poéticamente comia.
Coração feito só promessas;
na alma uma solidão só,
que poemas não libertaram
e sentimentos viraram nó.
Então, quantas doidas palavras
enviadas à esmo, ao vento,
que doídas, voltavam ligeiras,
mesmas dores e sofrimentos.
Poeta, enche a barriga primeiro,
depois solta doloridos ais
e já que te falta dinheiro,
come as letras que são demais!