SOPA DE LETRAS

A boca cheia de letras,

barriga roncando, vazia,

troveja a fome dolorida,

porque poéticamente comia.

Coração feito só promessas;

na alma uma solidão só,

que poemas não libertaram

e sentimentos viraram nó.

Então, quantas doidas palavras

enviadas à esmo, ao vento,

que doídas, voltavam ligeiras,

mesmas dores e sofrimentos.

Poeta, enche a barriga primeiro,

depois solta doloridos ais

e já que te falta dinheiro,

come as letras que são demais!

Riva
Enviado por Riva em 13/11/2006
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