NÃO MAIS
Serei assim, não mais do
Que a mão que acalenta,
Ou do fogo que ao frio esquenta
Não haverei de ser nem isso ou
Aquilo que os grandes homens
Desejaram...
Contentar-me-ei em ser o silêncio
Que inteligentemente intercala
As palavras...
E quando de todo em todo, não
Houver nada por se dizer serei a
Imensidão vazia dum mundo sem
Palavras...
Talvez seja as palavras do amor
Verdadeiro que tantas vezes não
Foram ditas por medo da entrega...
Serei os bons pensamentos, que
Mesmo vivos nunca tenham ainda
Sido expostos.
E ainda que tudo isso não possa ser...
E o nada me alcance... Verei ainda
Nele uma nova chance...
E serei de todas as coisas o pós e o
Antes...