CANTO AOS VINTE SETE ANOS

Hoje é meu aniversario talvez o último de muitos,

Ou quem sabe um entre tantos outros...

O certo mesmo é que hoje é o dia, agora é o momento...

E mesmo assim o sinto como dia qualquer...

Não há aprazimento em sabê-lo como é...

As angustias todas ainda sufocam minha alma...

Os desejos todos roubam- me a imaginação

Na cega busca de superar horizontes

Que distanciam a cada passo que dou...

Temo não ter em breve forças para prosseguir

Nessa luta aparentemente vã...

Os anos me turvam as forças, embaçam-me as vistas...

No final serei o que mais tenho temido a vida toda:

“Serei como os demais que sempre me rodearam;

Limitado, preso a barreiras invisíveis que aprisionam

Eternamente a possibilidade...

Lamento os meus vinte e sete anos como lamenta a

Mãe que perde o filho... Sinto nele o desvanecer de

Mais uma fagulha... Fagulha de vida,

De entusiasmo, de superação.

E meu desejo último é que das cinzas

Dessa humana criatura renasça a Fênix

Mitológica dos desejos todos; senhor do recomeço...

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 10/04/2011
Reeditado em 10/04/2011
Código do texto: T2899664
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