CANTO AOS VINTE SETE ANOS
Hoje é meu aniversario talvez o último de muitos,
Ou quem sabe um entre tantos outros...
O certo mesmo é que hoje é o dia, agora é o momento...
E mesmo assim o sinto como dia qualquer...
Não há aprazimento em sabê-lo como é...
As angustias todas ainda sufocam minha alma...
Os desejos todos roubam- me a imaginação
Na cega busca de superar horizontes
Que distanciam a cada passo que dou...
Temo não ter em breve forças para prosseguir
Nessa luta aparentemente vã...
Os anos me turvam as forças, embaçam-me as vistas...
No final serei o que mais tenho temido a vida toda:
“Serei como os demais que sempre me rodearam;
Limitado, preso a barreiras invisíveis que aprisionam
Eternamente a possibilidade...
Lamento os meus vinte e sete anos como lamenta a
Mãe que perde o filho... Sinto nele o desvanecer de
Mais uma fagulha... Fagulha de vida,
De entusiasmo, de superação.
E meu desejo último é que das cinzas
Dessa humana criatura renasça a Fênix
Mitológica dos desejos todos; senhor do recomeço...