Nossa, que revolta estou sentindo agora...
Nossa, que revolta estou sentindo agora...
Estou numa pilha de nervos. Estou de saco cheio dessa patifaria de vida.
Que pífia dos infernos!
Parece que a vida gosta de me ver assim, porque, assim, o idiota aqui pega um papel e caneta e começa a escrever feito um tarado.
Começa, então, o tarado a filosofar feito uma criança desgovernada sem ter para onde ir.
Só para isso sirvo mesmo, mas nem para isso ganho algo.
Se algo falta, são fotos no álbum. Maldito álbum de figurinhas! É tão passado, que as figurinhas são coladas com cola tubo ainda.
Ultrapassou dos limites e a criança voltou a ficar triste. Criança feia, remelenta, cara suja, catarrenta e careta. Eu sou essa nobre criança.
Mas, de criança, não tenho nada. Meu pêlos cresceram e minha insatisfação aumentou.
Alimentou-se a criança faminta de ódio e irritada.
Nem sei que faço ainda nessa porra de mundo, sou incapaz de tudo.
Me sinto um fantoche. Sou um brinquedo de um tal de ” Todo Poderoso”. Tem horas em que sou jogado para lá e, noutras horas, sou jogado para cá. Vai entender...
Esta na hora, vamos acordar. Esta na hora, vamos acordar. Esta na hora, vamos acordar. Bora, bora ,bora, vamos acordar. O céu acorda, chegou a hora de acordar. Olhe e veja, tem alguém aqui embaixo e sou eu. Olha pra mim. Vamos, vamos, olhe...
E eu, tolo, sempre proclamei o bem, sempre falei bem do Todo Poderoso e o que eu ganho? Não ganho nem salário. Trabalho eu para caridade e isso me revolta.
Abençoaste os que te zombam? E eu, que nunca fui Caxias, nunca puxei seu saco, apenas fui seu amigo, o que ganhei com isso? Irritações e lamentações.
É sempre assim: quando vou a um festa e chega a hora de eu comer o meu pedaço do bolo, quando menos vejo, já comeram o meu bolo. É meu bolo, guloso. Eu mereço também, faço parte dessa cadeia alimentar. Sabia?
Não tenho medo de dizer. Eu sou homem e falo a verdade. Eu enfrento as adversidades. Covarde jamais!
Não me escondo de rótulos. Mexo minhas pernas e braços, mas de que adianta se sou uma preza alimentar? Nada. Não quer me ajudar? Beleza, mas só não me atrapalhe. Fazer o que? Sou sozinho mesmo.
Sempre prezei pela nossa amizade, sempre prezei pela minha alma. Deixei algo passar, fechei os olhos para o bem da minha alma.
E o que ganhei? Aflição de corpo e alma.
Sempre ganho algo, mas salgado, amargo e ácido.
Cansei, cansei. Acabe logo com o mundo. Já era, essa brincadeira cansou.
Brincadeira mais chata, irritante, intolerante, estúpida e revoltante.
A criança esta ferida; tomei tiros para todo lado.
Tomei farpas, dedo na cara e xingos para todo lado.
Minha pele esta cheia de buracos,
Abra o chão que eu vou pular.
E assim o mundo irá acabar.