INSONE
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Vejo no cintilar dos teus versos, um fanal
Em minhas noites escuras, ouço da tua boca os
Pérfidos apelos a confundir minh'alma; a
Inflamar meus tímpanos, que dormem num
Inócuo corpo que definha...
Busco nos meus nefandos delírios, os porquês
Da não cumplicidade, que a puerícia dizia-nos
jamais furtar...
E neste mar de insalubre enredo, ainda posso
Ver no fusco do meu insano quarto,
Teu corpo fremir e a convidar-me ao pecado.
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