Era moço.

Eu me mato

Diante do espelho

Todas às vezes

Que sinto no corpo

A vida saindo

Por trás dos olhos.

Ontem mesmo

Assumi sem querer

Mais uma estranha ruga,

Ela contou uma história

Que eu ainda não conhecia.

Há pouco tempo atrás

Parecia um galã

E talvez nem duvidasse

Ser lindo demais.

Não é à volta do narcisismo,

Mas pensei no tempo,

Tempo esse claro

Que meus olhos

Tanto viram alvorecidos.

O espelho refletia

A base era a mesma

Porem sentia a sombra alma

Do meu próprio corpo

Afastando-se,

Deixando-me enfraquecido.

Não ouvi resposta do tempo

Quando perguntei.

O que será de mim?

Da consciência como um furacão

Veio uma certeza simples.

O tempo passa

E tudo ganha experiência.

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 12/11/2006
Reeditado em 15/11/2006
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