COLO
Se não me sobram mais sonhos
Aqui nesse ambiente tão estranho
E se agora parece cair em fim tudo
Que um dia sonhei para mim...
Já não terei o breve ósculo da esperança
A tocar-me as faces ásperas
Embora enfim, assim cansado possa dizer
À morte que me espera e dos dias que abandono
Que a vida é uma quimera que tão
Habilmente queima-nos os sonhos
Que nascem na primavera...
Até que nos deita num eterno inverno
Assim frio e assim fresco, mas seguro
Onde nada sente senão o colo materno.